terça-feira, abril 22, 2008

UMA AVENTURA NO GABINETE DO MUNÍCIPE

Era uma vez um Gabinete do Munícipe da CMH, inaugurado num profético 31 de Janeiro por S.Exa. o Presidente da CMH. A data não poderia ser mais emblemátca: a revolta republicana falhada do 31 de Janeiro no Porto, uma confusão armada, de onde adveio a célebre tirada "mas que grande 31". O grande 31 foi no passado dia 21 que também rima, quando me propus a comprar um exemplar dos Anais da CMH, não um vídeo indecoroso, mas um manuscrito famoso. Já sabia de antemão que tinha de me dirigir a dois balcões para o fazer pois a CMH não tem uma loja do cidadão ou algo do género, por isso dirigi-me ao novissimo espaço de atendimento ao público: é uma "finésse", com assentos confortáveis, máquina de senhas e respectivo écran com software digital, compatível com qualquer repartição, e com serviço de televisão adicional. Tirei uma senha para os "outros serviços" e sentei-me. Tinha de ir ao balcão para dizer o propósito da minha visita, sabendo depois que teria de ir a outro balcão, o da tesouraria para pagar o livro. Mas nada me podia preparar para o que vinha a seguir. Lá chega a minha vez depois do tempo usual de espera nestes casos que é bastante, se não fosse uma velhota simpatiquíssima ao meu lado que, num monólogo, distraí-me dizendo-me como a sua casa tinha infiltrações, e como tinha morrido uma certa pessoa e como lhe doía o joelho, enfim, lá passou para o meu número. Fui atendido, disse o que queria, pediram-me o nome que encontrava-se numa qualquer base de dados que para lá tinham, deram-me o livro e disseram-me que agora teria de ir de novo lá para fora esperar para que me chamassem para a tesouraria. Fantástico, que tal isso para um Simplex. Eu, já com o livro na minha posse, podendo fugir com essa obra prima (não fossem eles terem o meu nome no computador), de novo à espera o tempo usual para pagar um coisa qe já me tinham dado. Extraordinária a confiança que a CMH deposita nos seus munícipes. E depois de mais um tempo de espera lá fui pagar o dito cujo demorando quase uma hora para fazer algo que se resolveria normalmente em menos de 5 minutos. Pobres de nós, porque é que as pessoas que ocupam lugares de decisão neste país não pensam...Perguntam o que tem de aventuroso nisto: ir a uma qualquer repartição neste país é uma aventura no sentido em que nunca sabemos o que vai acontecera seguir.

sexta-feira, abril 04, 2008

CONCEITO DE SEMINOVO

Há uns tempos bem grandes atrás, um amigo meu achou imensa piada a um anúncio radiofónico onde se promovia um carro seminovo. Nunca tal , ele, talvez, se tinha deparado com esse conceito de seminovo, e desde então que o termo parece ter pegado pois já o ouvi noutras situações semelhantes: não só carros seminovos, mas também casas seminovas. Bem, a mim parece-me que este termo que representa sem dúvida o conceito de "não é novo mas também não é velho, está no limbo da qualidade, é um assim assim, um mais ou menos, ou razoável", tem muito de enganador, de superficial e, sobretudo de politicamente correcto, ou então, melhor ainda, é um eufemismo.
Porquê! Em vez de dizermos "tenho um carro em 2ª mão para vender", em segunda mão! Não, isso é foleiro, parece que o carro está mal estacionado! Dizer que tenho um carro usado, também não serve. Dá uma ideia de desgaste como se fosse uma coisa para utilizar uma só vez e agora já não se aproveita. Então que termo utilizar para modernizar o marketing e enganar a procura! SEMINOVO. Termo suave, não agride os ouvidos até é melodioso pois começa por uma letra sibilante (s) e dá uma ideia de frescura enganadora pois consegue-se introduzir a palavra novo. Sacanas de publicitários, são deveras espertos os malandros, vender o velho com palavra novo. Muito bem!
Portanto caros bloguistas que por motivos alienados lêem isto, quando ouvirem que um carro, uma casa, um electrodoméstico, etc, etc, etc, é seminovo, já sabem: vão aos chineses que é melhor!