quarta-feira, abril 29, 2009

O positivo no negativo!

Esta entrada resulta de uma constatação objectiva, seca, austera, fria, crua e dura com uma pitada de positivismo e de esperança cristã de que, mesmo na maior tragédia ou catástrofe telúrica, como é o caso, existe sempre algo de bom ou positivo.
Isto vem ao encontro, também, daqueles que dizem que podemos brincar ou fazer uma anedota com tudo... mesmo o Holocausto!
Falo do Vulcão dos Capelinho de 57 a 58: terrível catástrofe, que desgraça, que agonias para as pessoas. MAS QUAL QUÊ! A erupção do Vulcão dos Capelinhos foi a melhor coisa que aconteceu ao Faial no século XX.
1- não morreu ninguém (acho que só algumas cabeças de gado);
2- a ilha, que estava a rebentar pelas costuras em termos populacionais, originando que muitas famílias vivessem no limiar ou mesmo na total miséria, viu a sua demografia ficar reduzida sensivelmente para metade, fruto daqueles que emigraram, libertando o espaço limitativo do sufoco de uma sobrepopulação;
3- fruto dessa emigração, aqueles que antes viviam mal e tristemente na probreza ou que viviam na sobrevivência, ao emigrar para as Américas sobretudo, melhoraram substancialmente o seu nível de vida, fazendo, em muitos caso, fortuna, não vindo a regressar;
4- a ilha do Faial e o próprio arquipélago que até então eram totalmente desconhecidos para o mundo e mesmo dentro do território português, passaram, do dia para a noite, a capa da National Geographic, saltando para a ribalta nacional e internacional;
5-fruto dessa projecção, 50 anos depois o vulcão é um produto turístico, com toda a certeza o mais conhecido da ilha, vindo simples turistas tirar fotografias, especialistas estudar o fenómeno vulcanológico, cineastas realizar filmes, etc,etc,etc...trazendo divisas para a ilha. É incomensurável (talvez) o dinheiro que a ilha já arrecadou à custa do vulcão;
6- fruto dessa projecção e da vinda para a ilha de meios técnicos nunca antes vistos na região e ilha, ficámos com as primeiras imagens a cores da ilha em filme e com documentos históricos que não só permitem estudar o própprio fenómeno natural, mas também toda a sociedade e modo de vida, material e imaterial da época;
7- a ilha ficou maior.

Por todas essas razões a erupção do Vulcão dos Capelinhos foi algo positivo, e se pensarmos que isso é algo que devemos estar sempre à espera nestas ilhas, e ao qual não podemos fugir, por isso não vale a pena levar as mãos à cabeça quando acontece pois já devíamos de saber que vai acontecer, e que temos de encarar como uma coisa natural, devemos potencializer um pensamento também ele positivo para rentabilizar ao máximo as manifestações telúricas nesta região.