terça-feira, janeiro 17, 2012

O CALIMERO DA TOSCÂNIA

Muito se tem criticado este homem, o comandante do mais famoso navio de passageiros de luxo da atualidade, tudo porque acham que este procedeu mal. Imaginem só que até se encontra detido e arrisca-se a enfrentar uma acusação de homicídio involuntário.
E TUDO ISTO POR TOMAR A ATITUDE CERTA!!! Mas que injustiça!
Sim, o comandante foi o primeiro a sair do barco numa clara demonstração de coragem digna de um verdadeiro líder de homens em batalha: na guerra o comandante deve ser o primeiro a liderar as tropas e a arriscar-se dando o exemplo. E foi isto que o comandante fez: arriscou a sua vida ao ser o primeiro a desbravar o caminho de salvamento. Ele não estava a fugir e a tentar salvar a pele estava sim a dizer: "Sigam-me, é por aqui!".

Essa convenção marítima que o comandante deve ser o último a deixar o barco é ridícula: ele deve ser é o primeiro... o primeiro a saltar para a água para ver se esta não está gelada a ponto de se morrer de hipotermia; o primeiro a entrar no bote salva-vidas mostrando a sua robustez, deve estar pronto a ser o primeiro a mostrar a todos se a opção de salvamento é viável ou não.
E foi simplesmente isso que o comandante fez corajosamente.
Se outros seguissem o seu exemplo muitas vidas seriam poupadas, se não, veja-se o que fez o comandante do Titanic: fechou-se na ponte de comando e morreu afogado... e todos nós sabemos no que é que aquilo deu!

segunda-feira, janeiro 16, 2012

ABSTRAÇÕES


Esta ouvi na rádio outra dia e foi um comentário do género "o medo é uma cena que a mim não me assiste".
Era uma entrevista de rua perguntando se os cidadãos iriam optar por usar mais os transportes públicos com o aumento constante do preço da gasolina e eis que um entrevistado diz o seguinte:
" EPÁ, AGORA VOU TER QUE ME ABSTRAIR DA MINHA VIATURA."

Extraordinário, uma obra de arte da língua portuguesa e dito ali sem preparação, mas com inspiração: dizer que não vou usar mais o meu carro é vulgar por isso, vou-me abstrair, isso sim.
Vou usar esta nos próximos tempos e em várias situações... aliás, a única forma de viver em Portugal é viver mesmo em constante abstração.

(nota: a imagem acima apresentada pode não corresponder ao autor deste blog, se bem que representa o mesmo estilo de vida deste)