sexta-feira, setembro 11, 2009

Contra senso!


Estava a entrar outro dia no hiper e, passando pela zona da livraria, olhei de relance para este título bibliográfico cuja imagem reproduzo.
Já há inúmeras piadas sobre os kamikaze e os infortúnios inerentes à natureza da sua missão e do seu estatuto enquanto piloto de caça.
Deve ser difícil encontrar matéria prima para escrever um livro com este título pois não há muito para ler. Num "Diário de kamikaze" não há dia seguinte, ou não deveria de haver.
O diário de um kamikaze só deve de ter uma entrada que deve de ler mais ou menos o seguinte: "20 de Julho de 1945- Hoje finalmente, vou ter a minha primeira e única missão como piloto kamikaze. Às 0600 vamos beber um saqué (se calhar vou beber dois por via das dúvidas) e depois partimos às 0730 para atacar os inimigos do Imperador. Não conto voltar a escrever neste livro"(traduzido).
E pronto... se por acaso o diário tiver um dia seguinte já não se pode chamar de um kamikaze mas sim de um desonrado que devia de fazer haraquiri antes que alguém lhe corte a cabeça, ou pior, lhe meta de novo dentro de um caça para um segundo kamikaze: mas aí ele seria um repescado e o título do livro passaria a "Diários dos kamikaze repescados".
Parto do princípio que neste livro todos acertaram no alvo e os diários nada mais são que breves linhas de cada um dos pilotos.
Ou então, que sejam muitos dias até o fatal e que existam diários genuínos... entramos aí no campo das mentalidades, mostrando, o livro, um turbilhão de dilemas psicológicos nipónicos, existenciais ou fundamentalistas.
Se for o caso é interessante, tornando-o numa possível compra.

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