terça-feira, março 16, 2010

O Ser Humano... ESSE ANIMAL!

É verdade, infelizmente é bem verdade... nós somos uma das espécies mais violentas e estúpida que habita a face deste planeta, e estúpida porque continua a ser violenta apesar de milhões de anos de evolução racional. Prova disso é os nossos próprios símbolos nacionais servirem de veículo propagandístico e perpetuador dessa fúria animal; não são só os portugueses, mas foram eles que vieram a este caso: estou a falar dos hinos nacional e da Região Autónoma dos Açores.
Ambos são símbolos não haja dúvida e um deles nacional. Vejam só a mensagem que andamos a cantarolar todas as vezes:
"Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela pátria lutar!
Contra os Bretões marchar, marchar!"
Este é o refrão original escrito aquando do Ultimatum de 1890 e servia para enraivecer as hostes portuguesas contra os habitantes da Bretanha, mais especificamente os ingleses. Sim, como se tivéssemos alguma hipótese contra a maior marinha e exército da época.Mas lá se grita às armas,vamos a eles, sobre a terra e sobre o mar e não era sobre o ar porque a aviação com motor ainda não tinha sido inventada mas podíamos bombardeá-los a partir de planadores em dias com o vento de feição. Mesmo assim não era tão mau como o refrão que sobreviveu no 'cover' republicano:
"Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!"
Contra os canhões marchar, mas estão doidos ou quê, pensam que nós somos a Brigada Ligeira: e lá vamos nós como pinos à espera das bolas de bowling.
Num dos nossos símbolos mais prezados e valorizados melodicamente, há um descarado apelo à violência, pior ao genocídio desmiolado!
Este sentimento de querer talvez transmitir maior alma ou garra nacional, inflamar as hostes à boa maneira medieval antes da batalha, incendiar as tropas antes do combate para que possam lutar furiosamente sem pensar no que estão a fazer, estará talvez por detrás de tudo, e é continuado no hino regional que se segue:
"Para a frente! Lutar, batalhar
Pelo passado imortal,
No futuro a luz semear,
De um povo triunfal."
Mais uma vez é tudo para a frente, recuar? Nem pensar, lutar e batalhar tal como na guerra de trincheiras da 1ª Guerra com aquelas cargas fenomenais de peito aberto, baioneta colocada no rifle e lá saíam os bravos idiotas a correr pela terra de ninguém só para serem massacrados pelo tiro de metralhadoras. As ideias de generais confortavelmente sentados a digerir um xerez no seu quartel-general palaciano a milhas da frente, delineando estes planos idiotas sem ter noção da realidade e à custa do sacrifício de outros, faz lembrar um pouco os dias actuais quando os chefes de governo perdem para apertar o cinto por causa da crise mas eles não estão em crise, não a sentem.
Mas a verdade é que nós estamos a passar uma mensagem de violência de forma escandalosa e depois ainda se queixam do aumento da criminalidade e da perda de valores cívicos da juventude! Que querem, quando andamos a bradar o armamento e o choque frontal! O que precisamos é de um adeus às armas...numa verdadeira revolução.

2 comentários:

Anónimo disse...

Isto é tão mau que só se explica por ter sido escrito após uma posta sobre o Seagal.

Anónimo disse...

É verdade. Outro dia ao ouvirem o hino nacional, antes de um jogo da selecção de Queiroz, uns jovens vizinhos meus, influenciados pela letra belicista, assaltaram todo o quarteirão... urge que se tomem medidas para acabar com isto. Basta de tocarem o hino! Foda-se! Diminua-se a criminalidade! Fora o hino!